Doença do Silicone??  

Doença do silicone???? Última atualização - junho de 2022. 

Dr. Leonardo Araújo e Araújo

O implante de silicone é um procedimento extremamente seguro, e é hoje a forma de reconstrução mamária mais utilizada. As pesquisas e acompanhamento das mulheres com silicone completam em 2022, 60 anos. São mais de 50 anos de observações e inúmeras pesquisas e testes.

Raríssimas vezes há indicação de se retirar a prótese. Em outros casos partem do desejo da mulher de querer retirar o silicone por uma série de motivações pessoais.

A propagação de experiências individuais é um desserviço à sociedade, à medicina, à saúde, e acima de tudo, à mulher. Ao outubro rosa.  

No Código Internacional de Doenças (CID) não existe doença do silicone. 

Atualmente existem mais de 16 milhões de mulheres com silicone no mundo. No Brasil, passou de 8% da população feminina nessa faixa etária para 15% em 2004, quando foi realizado o último levantamento. 

Nos consultórios de dermatologistas, endocrinologistas, reumatologistas, de todas as especialidades médicas, o número de mulheres com silicone estão aumentando consideravelmente. A questão é, num consultório de infectologista que em 2020 e 2021 dedicou exclusivamente aos pacientes com COVID, se em suas observações foi percebido que, um número hipotético, de cada 100 mulheres com COVID, 60 tinha silicone, este especialista tem dados para associar COVID com implantes mamários?????? Não!

Não mesmo, os trabalhos sérios na medicina não são tão simples assim. O especialista que vai ter material suficiente para observação e realizar uma pesquisa complexa que possa levantar um questionamento verdadeiro com relação às cirurgias de mamoplastias com implantes de silicone serão os cirurgiões que fazem essa cirurgia. 

Se quiser uma informação segura e séria converse com seu cirurgião plástico a respeito. 

Devemos todos solidarizar por todos as portadoras de doenças autoimunes, como a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e, aqui em questão, a ASIA (Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes), indevidamente chamada nas redes sociais de doença do silicone, que são doenças graves e de difícil tratamento. Solidarizo também com todas as pacientes que tiveram qualquer tipo de complicação cirúrgica per e ou pós operatória. Sempre são situações que trazem muito sofrimento para todos, pacientes, familiares e médicos. 

Apresento a seguir as conclusões dos autores e não a interpretação pessoal dos estudos. 

A ASIA acontece principalmente em pessoas que têm PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA a doenças AUTOIMUNES. Além disso, ela está ligada à exposição do paciente a algum fator externo, como infecções, vacinas e próteses.  Primeira vez descrita em 1995 como a síndrome da Guerra do Golfo, que debilitou os soldados americanos nas operações de guerra. 

Veteranos do conflito que não sofriam de doenças reumáticas, mas apresentavam sintomas próprios destas entidades como artralgia (dor nas articulações), mialgia (dor muscular), linfadenopatia, fadiga (cansaço) crônica, eritema malar, alopecia (queda de cabelo), e doença tireoidiana autoimune.

Os pesquisadores concluíram então que a síndrome não era resultado da exposição a armas químicas, biológicas ou a estresse pós-traumático, mas sim pelo desequilíbrio imune causado por regime vacinal intenso a qual, combatentes ou não, todos os militares foram expostos no período de preparação para o conflito. 

Já o termo “doença do silicone”, como está sendo chamado em nas redes sociais, com sintomas sistêmicos de caráter geral, desafiou a comunidade científica internacional a comprovar seu mecanismo fisiopatogênico. TODAS as pesquisas até os anos 90, mostram que O SILICONE É UM MATERIAL INERTE E, PORTANTO, INCAPAZ DE DESENCADEAR FENÔMENOS IMUNES. Metanálises recentes estimam o risco de desenvolver alguma doença autoimune após implante de silicone é de apenas 0,8%, praticamente o mesmo da população geral. 

Infelizmente cada um nasce geneticamente predestinado a alguma doença, e fatores externos podem até servir de gatilho mas não podem ser identificado como fator causal. 

Sentimos muito às portadoras de doenças autoimunes, mas devemos cada vez mais lutar contra o “cancelamento” de reputação de empresas, produtos, vacinas e ou outros adjuvantes como silicone; alimentando narrativas destorcidas, com fatos verdadeiros tirados do contexto

para alimentar crenças pessoais, ou apenas para ter vantagens financeiras. Precisamos voltar a ter um comprometimento maior com a verdade, a realidade. 

Vc pode ter mais informações na Revisão médica publicada pela

sociedade brasileira de reumatologia: https:// www.scielo.br/i/rbr/a/

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